Um aspecto característico de todos os processos de reconhecimento de padrões é a “perda de informações seletivas”. Isso está relacionado à forma de operar do sistema nervoso: mínimo esforço, máxima eficiência. Para ser capaz de selecionar estímulos portadores de informação significativa dentre a terrível complexidade da entrada sensorial total (e, assim, ser capaz de identificar objetos e as suas inter-relações causais), o sistema deve contar com uma série de “filtros” que ajudam a separar os detalhes que são relevantes daqueles que não são. Esses “filtros” devem estar “sintonizados” com certas características invariantes dos estímulos e que são consideradas relevantes (por transferência de informação genética, ou como resultado de um processo de aprendizagem). Na percepção sonora, o primeiro e mais “primitivo” elemento de entrada a ser reconhecido pelo sistema nervoso provavelmente é a intensidade, com o seu correlato perceptivo, o volume. Esse correlato não depende muito de nenhum outro detalhe de estrutura do estimulo, exceto do fluxo total de energia acústica. O próximo elemento auditivo de entrada a ser considerado é a periodicidade do som (representada pela distribuição espacial dos máximos de ressonância, ou pela distribuição temporal de pulsos neurais). Desse processo de reconhecimento é extraída a sensação de altura subjetiva. O terceiro nível de refinamento é a consideração do espectro de potência do som, que leva à sensação de timbre.