Náutilus é uma composição que se desenvolve a partir de uma polirritmia constituída por um deslocamento das acentuações do Chibal (HI-HAT) e Pratos, porem com a mesma subdivisão que as outras peças, ou seja, uma polirritmia sem contraposição de quiálteras ou fórmulas de compassos. Esta variação das acentuações é levada aos outros instrumentos que mantém o discurso polirrítmico permitindo que a bateria fique livre para frasear.
Outra técnica presente é a mudança constante de formulas de compasso. Esta leva o ouvinte a ter contato com uma forma musical de quadratura extremamente quebrada. Podemos fazer um paralelo com o reflexo da imagem da forma musical em um espelho quebrado, onde os fragmentos ao se unirem criam a imagem feita de pequenas peças. Tal técnica foi muito utilizada por Stravinsky no período em que escreveu a Sagração da Primavera. Neste período o paralelo foi feito com as obras de Picasso, pintor muito famoso e também seu contemporâneo. Posteriormente esta técnica foi muito usada por bandas de Rock e Heavy Metal Progressivo assim com Yes, Rush, Dixie Dregs, Frank Zappa e Dream Theater.
Inúmeras técnicas baterísticas foram utilizadas na configuração do fraseado, mas algumas merecem ser observadas. A principal foi a utilização de rudimentos que se encaixam perfeitamente entre as acentuações nos pratos. Esses foram distribuídos de forma a desenvolver uma orquestração nas peças da bateria. Outra foi a alternância entre notas tocadas com as mãos e os pés. Nesta ao invés de pensar nos rudimentos a subdivisão e quiálteras encontradas entre os ataques nos pratos foram preenchidas por agrupamentos de notas alternando as mão com os pés.
Além de tudo isso, podemos conferir o solo de guitarra do ilustre Joe Moghrabi e o inigualável timbre dos Slaps de Felipe Andreoli.